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Registro Completo |
Biblioteca(s): |
Epagri-Sede. |
Data corrente: |
20/09/2012 |
Data da última atualização: |
20/09/2012 |
Tipo da produção científica: |
Artigo de Divulgação na Mídia |
Autoria: |
FELIPPETO, J. |
Afiliação: |
Epagri |
Título: |
Vinhos da serra catarinense: uma nova proposta para a produção de vinhos de alta gama. |
Ano de publicação: |
2008 |
Fonte/Imprenta: |
Jornal da Fruta, Lages, SC, n. 208, 2008. |
Idioma: |
Português |
Conteúdo: |
Através dos tempos, vários autores procuraram descrever o vinho em sua totalidade. Sua cor, seus aromas, seu sabor, enfim sua nobreza. Da mesma forma, não foram poucos os países que trabalharam arduamente para produzi-lo com excelência. Os que tiveram sucesso nesta empreitada fizeram história, e ainda hoje, são alvo de admiração e respeito. Entretanto surge uma pergunta: há que se continuar tendo como referêncial de excelência somente os vinhos produzidos na velha Europa e especialmente no Mediterrâneo, onde existem os mais famosos e caros grand crus? Na verdade cada vinho bem elaborado apresenta uma personalidade, uma identidade que lhe é peculiar. Esta identidade é marcada pelo seu ambiente de origem, traduzida pelo conceito de terroir. Entenda-se genéricamente por terroir a variedade da uva, as características do solo e do clima, mas também o poder transformador do homem sobre a videira e o vinho.
Atualmente, a superfície do vinhedo brasileiro é de cerca de 60 mil hectares, a produção de uva é de aproximadamente 1 milhão de toneladas, distribuídas em quase todo o território nacional. Entretanto a maior concentração está nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Paraná e Santa Catarina, segundo dados do IBGE, 2002. Nos últimos anos a vitivinicultura nacional tem experimentado importantes transformações. Entre elas destaca-se a implantação de vinhedos nas novas regiões produtoras, como é o caso do Planalto Catarinense. Trata-se de uma viticultura iniciante, porém já altamente tecnificada e originária de projetos elaborados a partir de um setor organizado. Neste sentido, a prioridade tem sido o adequado gerenciamento dos vinhedos, constituídos basicamente de variedades nobres e, visando o máximo de qualidade em cada safra. Esta nova realidade já produz os seus frutos: os vinhos produzidos na região de São Joaquim começam a ganhar espaço no mercado, através do reconhecimento das suas características diferenciadas. Trata-se de um vinho fino de estrutura complexa, aromas intensos, cor estável e uma evidente harmonia e persistência na boca. Sem dúvida um vinho marcante e que pode satisfazer paladares exigentes. Estas peculiaridades são devidas, especialmente às características do clima desta região, em função da sua elevada altitude. A região de São Joaquim está, em média, acima dos 1100m em relação ao nível do mar. Esta condição particular permite uma maturação lenta e completa, com importantes aportes de taninos e antocianas além de proporcionar uma adequada concentração de sólidos solúveis totais, especialmente açúcares. Soma-se a isto a elevada amplitude térmica diária verificada na região, o que permite a alta estabilização antociânica e dos fotossintatos em geral. O resultado destas característica é um vinho realmente nobre. Outro diferencial importante desta região é o clima seco que ocorre no final do período de maturação das uvas, ou seja, entre março e abril. Ao contrário das demais regiões serranas do sul do país, São Joaquim, historicamente, é uma região com baixa ocorrência de precipitação pluviométrica nesta época, o que permite um adiamento máximo da colheita sem grandes riscos de degeneração do potencial enológico. Atualmente, a Epagri concentra suas pesquisas na identificação das potencialidades de variedades e clones que possam produzir vinhos capazes de expressar e valorizar as características do clima regional. As ações acima referidas têm caráter de pesquisa fundamental e aplicada; têm gerado importantes resultados, auxiliando a estruturação desta nova região produtora, buscando aumento da qualidade dos produtos e, consequentemente, o incremento da agregação de valor e da competitividade dos mesmos. A região possui 226 hectares de vinhedos envolvendo produtores individuais (24), empresas (8), cooperativas (02), e quatro cantinas em funcionamento com capacidade para 750.000 garrafas. O sucesso de um vinho inicia-se pela identificação da região de plantio, da variedade adequada e por um clone de qualidade comprovada. Por outro lado, nas principais regiões produtoras de vinho no mundo, o clima é caracterizado por invernos rigorosos, com muitos dias ensolarados e pouca precipitação durante o ciclo vegetativo da videira, principalmente no período de amadurecimento. Poucos são os climas nacionais semelhantes a estas condições ambientais. Em função destas características, a região de São Joaquim tem despertado o interesse empresarial pela vitivinicultura. Além da expectativa da produção de safras de qualidade, associa-se a propensão dos produtores à diversificação de cultivares de videira, após três décadas de dedicação à maçã. O local caracteriza-se pela predominância de pequenas unidades de produção e, a economia está sustentada basicamente pela atividade agrícola e pela transformação de seus produtos. Este modelo de agricultura é um fator positivo para o aporte de qualidade das safras. Além disso, a estrutura fundiária, o relevo, a disponibilidade de mão-de-obra rural, a tradição dos produtores, a estrutura agroindustrial, o sistema cooperativista, etc., são condições que permitem a produção com qualidade, rentabilidade e competitividade frente aos mercados globalizados. Estima-se que devido à todas estas características, a região possa se tornar um pólo regional importante de desenvolvimento da vitivinicultura em Santa Catarina, num futuro próximo. Neste sentido, a Epagri iniciou uma série de ações de pesquisa, no intuito de identificar as reais potencialidades vitivinícolas da região. Estão implantadas seis unidades de pesquisa de forma participativa com produtores de municípios do Planalto Serrano, tendo cada unidade uma área de 0,7 ha. As unidades estão instaladas nos municípios de: São Joaquim, a 1.300 m de altitude; Bom Jardim de Serra, a 1.361 m; Urubici, a 1.140 m; Painel a 1.200 m; Bom Retiro, a 940 m; Rio Rufino, a 893 m. Além disso, foi instalada uma área de 1,6 hectares na Estação Experimental de São Joaquim. Esta unidade conta com uma estação meteorológica automática, visando atender as pesquisas na área agrometeorológica, especialmente nos aspectos tangentes à influência do clima sobre o comportamento produtivo e fitossanitário das cultivares, bem como para caracterizar o efeito das varáveis climáticas sobre o potencial enológico das safras.
Em cada unidade, estão sendo testadas oito cultivares, sendo seis tintas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo, Pinot Noir, Syrah, Tannat, e duas brancas: Chardonnay e Sauvignon Blanc. As mudas são provenientes da França, e enxertadas sobre os porta enxertos: Paulsen 1103, 101-14 e 3309 C. Os sistemas de condução são do tipo Manjedoura e Espaldeira, com espaçamento de 3,0 m x 1,50 m, sendo as plantas conduzidas na forma de braços bilaterais permanentes, podadas no sistema esporão.
No Banco Ativo de Germoplasma localizado na Estação Experimental, estão sendo avaliadas aproximadamente 65 cultivares e/ou clones no mesmo sistema de cultivo das demais unidades. Além das unidades mencionadas, serão avaliadas 36 variedades que fazem parte do convenio internacional com a Província de Trento. Entretanto, em função da necessidade de aperfeiçoamento tecnológico das vinícolas existe a necessidade de dar início a uma linha de pesquisa voltada à geração e validação de tecnologias que permitam a elaboração de vinhos finos de alta qualidade, que possam refletir as potencialidades regionais, e neste sentido, as providências estão sendo tomadas.
Os resultados esperados, são promissores e as expectativas, tem em si, o otimismo fundamentado na certeza de que é possível contar com uma natureza generosa e com uma força de trabalho empenhada na busca do vinho perfeito. O brinde ao futuro da região será celebrado com o melhor fruto da terra. MenosAtravés dos tempos, vários autores procuraram descrever o vinho em sua totalidade. Sua cor, seus aromas, seu sabor, enfim sua nobreza. Da mesma forma, não foram poucos os países que trabalharam arduamente para produzi-lo com excelência. Os que tiveram sucesso nesta empreitada fizeram história, e ainda hoje, são alvo de admiração e respeito. Entretanto surge uma pergunta: há que se continuar tendo como referêncial de excelência somente os vinhos produzidos na velha Europa e especialmente no Mediterrâneo, onde existem os mais famosos e caros grand crus? Na verdade cada vinho bem elaborado apresenta uma personalidade, uma identidade que lhe é peculiar. Esta identidade é marcada pelo seu ambiente de origem, traduzida pelo conceito de terroir. Entenda-se genéricamente por terroir a variedade da uva, as características do solo e do clima, mas também o poder transformador do homem sobre a videira e o vinho.
Atualmente, a superfície do vinhedo brasileiro é de cerca de 60 mil hectares, a produção de uva é de aproximadamente 1 milhão de toneladas, distribuídas em quase todo o território nacional. Entretanto a maior concentração está nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Paraná e Santa Catarina, segundo dados do IBGE, 2002. Nos últimos anos a vitivinicultura nacional tem experimentado importantes transformações. Entre elas destaca-se a implantação de vinhedos nas novas regiões produtoras, como é o caso do Planalto Catarinense. Trata-se de uma viticultura inici... Mostrar Tudo |
Palavras-Chave: |
Vinho. |
Categoria do assunto: |
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Marc: |
LEADER 08365naa a2200133 a 4500 001 1086981 005 2012-09-20 008 2008 bl uuuu u00u1 u #d 100 1 $aEpagri 245 $aVinhos da serra catarinense$buma nova proposta para a produção de vinhos de alta gama. 260 $c2008 520 $aAtravés dos tempos, vários autores procuraram descrever o vinho em sua totalidade. Sua cor, seus aromas, seu sabor, enfim sua nobreza. Da mesma forma, não foram poucos os países que trabalharam arduamente para produzi-lo com excelência. Os que tiveram sucesso nesta empreitada fizeram história, e ainda hoje, são alvo de admiração e respeito. Entretanto surge uma pergunta: há que se continuar tendo como referêncial de excelência somente os vinhos produzidos na velha Europa e especialmente no Mediterrâneo, onde existem os mais famosos e caros grand crus? Na verdade cada vinho bem elaborado apresenta uma personalidade, uma identidade que lhe é peculiar. Esta identidade é marcada pelo seu ambiente de origem, traduzida pelo conceito de terroir. Entenda-se genéricamente por terroir a variedade da uva, as características do solo e do clima, mas também o poder transformador do homem sobre a videira e o vinho. Atualmente, a superfície do vinhedo brasileiro é de cerca de 60 mil hectares, a produção de uva é de aproximadamente 1 milhão de toneladas, distribuídas em quase todo o território nacional. Entretanto a maior concentração está nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Pernambuco, Bahia, Paraná e Santa Catarina, segundo dados do IBGE, 2002. Nos últimos anos a vitivinicultura nacional tem experimentado importantes transformações. Entre elas destaca-se a implantação de vinhedos nas novas regiões produtoras, como é o caso do Planalto Catarinense. Trata-se de uma viticultura iniciante, porém já altamente tecnificada e originária de projetos elaborados a partir de um setor organizado. Neste sentido, a prioridade tem sido o adequado gerenciamento dos vinhedos, constituídos basicamente de variedades nobres e, visando o máximo de qualidade em cada safra. Esta nova realidade já produz os seus frutos: os vinhos produzidos na região de São Joaquim começam a ganhar espaço no mercado, através do reconhecimento das suas características diferenciadas. Trata-se de um vinho fino de estrutura complexa, aromas intensos, cor estável e uma evidente harmonia e persistência na boca. Sem dúvida um vinho marcante e que pode satisfazer paladares exigentes. Estas peculiaridades são devidas, especialmente às características do clima desta região, em função da sua elevada altitude. A região de São Joaquim está, em média, acima dos 1100m em relação ao nível do mar. Esta condição particular permite uma maturação lenta e completa, com importantes aportes de taninos e antocianas além de proporcionar uma adequada concentração de sólidos solúveis totais, especialmente açúcares. Soma-se a isto a elevada amplitude térmica diária verificada na região, o que permite a alta estabilização antociânica e dos fotossintatos em geral. O resultado destas característica é um vinho realmente nobre. Outro diferencial importante desta região é o clima seco que ocorre no final do período de maturação das uvas, ou seja, entre março e abril. Ao contrário das demais regiões serranas do sul do país, São Joaquim, historicamente, é uma região com baixa ocorrência de precipitação pluviométrica nesta época, o que permite um adiamento máximo da colheita sem grandes riscos de degeneração do potencial enológico. Atualmente, a Epagri concentra suas pesquisas na identificação das potencialidades de variedades e clones que possam produzir vinhos capazes de expressar e valorizar as características do clima regional. As ações acima referidas têm caráter de pesquisa fundamental e aplicada; têm gerado importantes resultados, auxiliando a estruturação desta nova região produtora, buscando aumento da qualidade dos produtos e, consequentemente, o incremento da agregação de valor e da competitividade dos mesmos. A região possui 226 hectares de vinhedos envolvendo produtores individuais (24), empresas (8), cooperativas (02), e quatro cantinas em funcionamento com capacidade para 750.000 garrafas. O sucesso de um vinho inicia-se pela identificação da região de plantio, da variedade adequada e por um clone de qualidade comprovada. Por outro lado, nas principais regiões produtoras de vinho no mundo, o clima é caracterizado por invernos rigorosos, com muitos dias ensolarados e pouca precipitação durante o ciclo vegetativo da videira, principalmente no período de amadurecimento. Poucos são os climas nacionais semelhantes a estas condições ambientais. Em função destas características, a região de São Joaquim tem despertado o interesse empresarial pela vitivinicultura. Além da expectativa da produção de safras de qualidade, associa-se a propensão dos produtores à diversificação de cultivares de videira, após três décadas de dedicação à maçã. O local caracteriza-se pela predominância de pequenas unidades de produção e, a economia está sustentada basicamente pela atividade agrícola e pela transformação de seus produtos. Este modelo de agricultura é um fator positivo para o aporte de qualidade das safras. Além disso, a estrutura fundiária, o relevo, a disponibilidade de mão-de-obra rural, a tradição dos produtores, a estrutura agroindustrial, o sistema cooperativista, etc., são condições que permitem a produção com qualidade, rentabilidade e competitividade frente aos mercados globalizados. Estima-se que devido à todas estas características, a região possa se tornar um pólo regional importante de desenvolvimento da vitivinicultura em Santa Catarina, num futuro próximo. Neste sentido, a Epagri iniciou uma série de ações de pesquisa, no intuito de identificar as reais potencialidades vitivinícolas da região. Estão implantadas seis unidades de pesquisa de forma participativa com produtores de municípios do Planalto Serrano, tendo cada unidade uma área de 0,7 ha. As unidades estão instaladas nos municípios de: São Joaquim, a 1.300 m de altitude; Bom Jardim de Serra, a 1.361 m; Urubici, a 1.140 m; Painel a 1.200 m; Bom Retiro, a 940 m; Rio Rufino, a 893 m. Além disso, foi instalada uma área de 1,6 hectares na Estação Experimental de São Joaquim. Esta unidade conta com uma estação meteorológica automática, visando atender as pesquisas na área agrometeorológica, especialmente nos aspectos tangentes à influência do clima sobre o comportamento produtivo e fitossanitário das cultivares, bem como para caracterizar o efeito das varáveis climáticas sobre o potencial enológico das safras. Em cada unidade, estão sendo testadas oito cultivares, sendo seis tintas: Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo, Pinot Noir, Syrah, Tannat, e duas brancas: Chardonnay e Sauvignon Blanc. As mudas são provenientes da França, e enxertadas sobre os porta enxertos: Paulsen 1103, 101-14 e 3309 C. Os sistemas de condução são do tipo Manjedoura e Espaldeira, com espaçamento de 3,0 m x 1,50 m, sendo as plantas conduzidas na forma de braços bilaterais permanentes, podadas no sistema esporão. No Banco Ativo de Germoplasma localizado na Estação Experimental, estão sendo avaliadas aproximadamente 65 cultivares e/ou clones no mesmo sistema de cultivo das demais unidades. Além das unidades mencionadas, serão avaliadas 36 variedades que fazem parte do convenio internacional com a Província de Trento. Entretanto, em função da necessidade de aperfeiçoamento tecnológico das vinícolas existe a necessidade de dar início a uma linha de pesquisa voltada à geração e validação de tecnologias que permitam a elaboração de vinhos finos de alta qualidade, que possam refletir as potencialidades regionais, e neste sentido, as providências estão sendo tomadas. Os resultados esperados, são promissores e as expectativas, tem em si, o otimismo fundamentado na certeza de que é possível contar com uma natureza generosa e com uma força de trabalho empenhada na busca do vinho perfeito. O brinde ao futuro da região será celebrado com o melhor fruto da terra. 653 $aVinho 773 $tJornal da Fruta, Lages, SC$gn. 208, 2008.
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